Jovem alemão (dessa vez não é americano) que se sente excluído por colegas e professores se cansa de tudo e faz um massacre no colégio matando 15 pessoas.
Infelizemente esse tipo de notícia já até virou clichê, não tem um ano que não ouçamos algo do tipo; e a história é sempre a mesma, o mundo se choca, pessoas chorando na TV, psicólogos e sociólogos falando o óbvio com palavras mais bonitas, passeatas pela paz, reporters policias sensacionalistas gritando "AONDE TUDO ISSO VAI PARAR? ME DIGA. AONDE!!!?? " e pra fechar a imprensa colocando a culpa em algum tipo de jogo violento...
Dessa vez não foi diferente, a polícia já se pronunciou "Examinamos o computador e encontramos jogos eletrônicos típicos deste tipo de louco, incluindo o jogo Counter-strike".
Essa relação jogos violentos e violência real é fruto do preconceito e da falta de conhecimento sobre esse universo da industria de entretenimento violenta. Não é a toa que o RPG já foi injustiçado inúmeras vezes, o caso que ficou mais famoso foi o de Ouro Preto, onde acharam uma jovem morta no cemitério e a polícia deu conta de incriminar, rapidamente, jovens de uma república que jogavam o tal "jogo do demônio", encontrando livros "satânicos" no quarto deles; o que a grande mídia não divulgou com a mesma intensidade foi que o acontecido foi fruto de um mal entendido por parte de um delegado evangélico incompetente (mais delalhes aqui).
Num primeiro momento, e usando exclusivente do aparato do senso comum pra pensar, pode até parecer lógico que crianças que passam mais horas em frente a TV assistindo "Naruto" tendam a ser mais violêntas que aquelas que passam assitindo "As tri gêmeas". Mas só se você não quiser aprofundar mais a visão pra perceber que isso não faz sentido nenhum.
E ainda vou mais longe, violência de fantasia em certa media FAZ BEM. E não é só o "bunda suja" que escreve o post que defende isso não, muitos psicologos dizem que jogar jogos como "Mortal Kombat" e assistir a "Power Ranger" podem funcionar como uma ótima terapia pra crianças, é uma forma de catarse, de brincar com uma forma de poder que talvez ela queira ter mas não tem na escola ou em casa. Assim como outras brincadeiras "violentas", quem nunca brincou de "lutinha"? Empurrões e agarramentos é uma ótima forma da criança poder se conhecer e saber estabelecer os limites da brincadeira, saber a linha que divide a violência real da violência de faz-de-contas, todo mundo sabe que toda brincadeira de "lutinha" para a partir do ponto que alguém pode realmente se machucar.
Ou seja, Mortal kombat, Naruto, "porradinhas", pistolas de brinquedo e tudo mais são ótimas formas de deixar seu filho sentir a fantasia de poder necessária a cada criança ao mesmo tempo em que ensinam a ele a diferença entre atirar em um morto vivo e atirar em um vivo
Recomendação de leitura sobre o tema:
Brincando de matar monstros - Gerard Jones
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