"Meu nome não é 'Tuchinha'

Dedurado por Unknown em 21:30

O filme de Mariza Leão "Meu nome não é Johnny", que conta a história de um dos maiores vendedores de drogas do Rio de Janeiro, merece uma séria reflexão sobre algumas graves denúncias feitas. Algumas já conhecidas por toda sociedade e pelas autoridades, mas pouco combatidas, como a corrupção policial, o tratamento diferenciado a autores de crimes de acordo com sua origem social, raça ou poder econômico, que a Zona Sul "brilha" como já havia denunciado o experiente delegado de polícia Hélio Luz. E outras que estão a merecer investigação e manifestação pública das autoridades mencionadas, como a acusação de ponto de venda de drogas nas dependências do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

" A história é fascinante e desmistifica a lenda segundo a qual não há volta para aqueles que atravessam a fronteira do convencional e usam ou vendem drogas ". O personagem João Estrella se propõe a debater com universitários e especialistas sua experiência pessoal. Isso é muito bom e enriquecerá o mundo tão discriminado dos usuários de drogas. Afirma em entrevista que considera o tráfico apenas o comércio de uma substância convencionalmente tida como ilícita, mas que causa tanto mal quanto tantas outras permitidas. Defende a legalização desse comércio, mas acha que no Brasil isso ainda irá demorar muito a acontecer. São manifestações que devem ser colhidas com o respeito que merecem aqueles que passaram por essa tenebrosa experiência e precisam ser debatidas pela sociedade sem o tradicional preconceito que temas como esses costumam ostentar.

O filme é forte e rico para uma reflexão porque João Estrella pode não ser mais o "Johnny" que comercializava drogas e Francisco do Pagode tem que ser eternamente o traficante "Tuchinha"?


Beijos,fica ai essa dica para o final de semana.Beijos.