O título do post soa meio chato, parece até um dissertação de monografia, mas não consegui nada melhor que anunciasse o que tenho a escrever, e talvez seja chato mesmo.

É muito improvável achar algum brasileiro (e pessoas de tantas outras nacionalidades que não sei quais) que não tenha assistido Chaves e dado uma boas risadas com o "Tooooma" do Seu Madruga dando um "cocão" no menino de rua esfomeado ou com o fumante e estressado professor de aritmética de métodos de ensino tradicionalistas, e dentre esses que já deram gargalhadas muitos continuam fãs sinceros (como eu) e quase que misteriosamente conseguem ainda achar graça daquela 533262º reprise que passa no horário do almoço.
Qual a formula do sucesso?

Claro que não sei, e talvez o mais profundo "chavófilo" (será que existe isso?) também não saiba.

O que sei é que uma das coisas que tornam a série tão original é a questão do humor sem a moralização que as séries infantis tem hoje, não que chaves seja exclusivamente para o público infantil, mas qualquer programa que passe 8:00am teria de se preocupar com essa questão. Pense bem se tais personagens fossem criados em uma série hoje em dia não sofreriam sérios ataques da "sociedade protetores dos bons costumes e da educação das nossas crianças":

* um fumante rabugento tatuado desempregado caloteiro que bate na filha
* um menino mimado e órfão por parte do pai que se gaba da sua situação financeira superior na frente do menino mendigo da rua
* um menino de rua que passa fome e bate no menino mimado e rouba a comida dele esporadicamente
* o já dito fumante e estressado professor de aritmética de métodos de ensino tradicionalistas
 Acho que sim né?

Mas o charme, a beleza e a magia do também nosso tão querido seriado mexicano é justamente colocar tais personagens tão renegados pela cultura de entretenimento infantil, a priori, em uma perspectiva ao mesmo tempo tão conflituosa e tão imbricada,  tão inocente e tão comunal. Com brigas dos atores marmanjos interpretando crianças na sala de aula, festivais da boa vizinhança em que todas as idiossincrasias são deixadas pra lá em canções de final de episódio e o senhor do 72 que apesar de seu comportamento rabugento sempre tem máximas do tipo "A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena"

É por essas e outras que acho que nunca mais verei algo que chegue nem perto do que o "Chaves" foi pra história do humor televisivo. Mil revoluções culturais não irão trazer a inocência suja, mas ainda sim inocente, do menino de rua de macacão verde.

Não é a toa que o homem do baú ainda insiste em colocar pra passar o bendito programa por volta de umas 3, 4 vezes por dia, não é por falta de opção, é por existir um público que como eu encontra um humor que pode não ser tão imprevisível quanto algum novo comediante stand up estourando na mídia, mas com certeza é mais original, único e tão imortal quanto a raça humana puder ser.

2 Deduradas

  1. Concordo em gênero, número e grau com vc InSaNo. Acho que só quem cresceu assistindo o "chavinho" e sua trupe pode ter essa explicação do porque nunca mais veremos algo parecido com isso na TV. E para você ver..lançaram o desenho né..TOTALMENTE SEM GRAÇA na minha opinião..Chaves será eterno..Meus filhos vão assistir..*risos*

    Abraços

    Posted on 19 de abril de 2009 às 11:11

     
  2. Unknown Said,

    Eu sou Chavófila,hauhauhauha.A Tv passa muita bosta,o meu querido amigo Silvio erra em muito contéudo na televisão,mas agradeço imensamente por continuar passando Chaves...me pergunto qual deles eu levaria para uma caverna se o mundo acabasse e eu só tivesse como salvar 3 pessoas da turminha...Adorei a postagem,os chavistas de plantão agradecem,e acredito que "Foi sem querer querendo"hauhauhaua

    Posted on 19 de abril de 2009 às 11:29